Grupo Poetas Vivos apresenta Dona Doida no Sesc
O grupo POETAS VIVOS propõe um ensaio para a doce loucura de ser. Loucura, palavra feminina, parideira de versos que traduzem a sina de ser mulher… ser Adélia(s) na roda dentada da outra Adélia (Prado).
DONA DOIDA tece o cotidiano e a memória de outras mulheres: ora-pro-nobis laranjas raízes cumplicidade pecado ingenuidade sexo desprezo fé. Dona-Doida traz a casa-abrigo e o tempo inexorável.
A “vidinha besta” – matéria de sua poesia – vai transcorrendo desde o nascimento e juventude até a madurez, à velhice, numa ordem permanente, consistência de seu trabalho e de sua experiência. Os versos de Adélia confirmam o que ela sempre diz: Artista nenhum gera sua própria luz; … a arte é carne do poeta humano transpassada pelo chamado divino.. A beleza é viva e te olha. Chama pelo nome ao que a procura.” Adélia maravilha-se (e a nós também) com o que vê a sua volta: dor ou alegria.
O ritmo e a precisão vocabular vão magnetizando intérpretes e platéia que, amalgamados, aprisionados na “roda-dentada”, penetram no universo adeliano, vivenciando o momento poético como se fossem co-autores. “Mas a vocação é um afeto” e “ o cumprimento da vocação é exigente, porque a alma parece tender à distração”. Sendo instrumento da arte, Adélia cumpre sua vocação, entregando-se ao instante de lucidez, ao momento poético.
O “cruzamento do momento e espaços precisos em que a vida acontece”, vai se redesenhando através da música, da palavra e do corpo! Os objetos cênicos retratam o cotidiano para adentremos esse “tempo, vestígio da eternidade, que é a força motriz de sua obra! Ao final,“nenhuma estridência”, os desejos trocados por “memória e rasa xícara de chá”. E percebemos mais um dos aparentes paradoxos e fio condutor de sua obra : o mundo é ordem, escondida, maquiada, misteriosa; mas ordem. Que nada mude, Senhor!
Os versos moídos na boca dos poetas, no canto de Sol Martines na música de Arcas, no corpo de Claudia Alonso, atriz e coreógrafa, ganham força com a direção de Renato Di Renzo e confirmam a crítica de Katia Valeria Almeida:
“Ser Marias, Amélias, Adélias e tantas flores belas! Ser simplesmente mães e filhas, do lar,donas de casa, professoras, doutoras… Rainhas de Copas ou do lar: Tanto faz! Sejam nobres, sensatas, puras e impuras ou simplesmente Doidas… Um interior enigmático, misterioso, um desafio a desvendar!
Essa identidade em flagrante e latente construção do feminino nos poemas de Adélia Prado, agora personificado por Claudia Alonso, os Poetas Vivos e… Você, que não pode ficar de fora!”
Jaíra Presa Regina Alonso Rosângela Garcia Romualdo Simões Luiz Arcas Sol Martines
Claudia Alonso – participação especial
13 abril sábado 16h30min
SESC-Santos Auditório
Rua Conselheiro Ribas, nº
Grátis