O décimo livro de Madô Martins

A longa convivência com o haicai e a crônica está condensada no décimo livro da escritora santista Madô Martins, Diário Ínfimo, lançado dia 5, na Pinacoteca Benedicto Calixto, durante o sarau comemorativo dos 25 anos da Fundação mantenedora daquela casa de artes. A obra faz parte da coleção que leva o selo Sereia Ca(n)tadora, pertencente às revistas Babel e Babel Poética, do editor Ademir Demarchi, e realizada com a comunidade do Centro Camará de Pesquisa e Apoio à Infância e Adolescência, de São Vicente.

A autora criou poesias especialmente para a edição, que conta ainda com delicadas ilustrações de Christina Amorim e prefácio de Edna Alessio. Segundo Madô, “é uma obra minimalista em todos os sentidos: apenas 20 poemas com nove versos cada um, abordando temas comuns a todos nós, a partir de sentimentos e observações. E o título une o clima intimista de um diário às coisas aparentemente insignificantes nele relatadas. Miudezas que compõem a grandeza dos seres humanos.”

Já na primeira poesia, uma brincadeira com os versos de Fernando Pessoa e um ditado popular situa o leitor: “Tudo vale a pena:/ o que os olhos veem/ o coração sente,/ se a alma não é pequena”. E, ao encerrar o livro, a escritora o explica, inspirada em Manoel de Barros: “Foi toda assim/ esta ladainha -/ no máximo, nove versos/ a contar vislumbramentos./ Cordel urbano,/ xilogravuras de sons/ de quem vive entre ninharias/ a perseguir delicadezas.”

Cada exemplar apresenta uma capa diferente, em papelão reciclado pintado pela artista Carmem Lúcia Brandalise, e tem o preço simbólico de R$ 5,00. Toda a renda é destinada ao projeto beneficente e qualquer dos 19 livros do catálogo podem ser pedidos através do site www. projetocamara.org.br ou com o editor, que estará com as obras e seus autores no Sesc, no próximo dia 14, a partir das 20 horas, no evento Vitrine Literária.



Os comentários estão fechados.